terça-feira, 24 de janeiro de 2012

JENIPABU OU GENIPABU?

Tive certeza, desde sempre, que era Jenipabu. Não sei de onde tirei essa ideia, mas não havia dúvida. Flávia disse que sempre pensou ser Genipabu.
Bem, lá fomos nós, eu ao volante (mais uma aventura), para descobrir qual o certo. Mamãe não tinha opinião formada, e papai concorda com todas nós.
O fato é que a viagem serviu para um fim: aumentar o debate, que, no ritmo que vai, alcançará dimensões jamais imaginadas. Nunca vi isso. As placas de indicação verdes com letras brancas trazem Jenipabu. As marronzinhas, que indicam os pontos turísticos, Genipabu. Perto da praia, uma indicação da prefeitura traz o jota. Ou seja, ir a J ou G enipabu não adiantou nada para descobrirmos a grafia correta da palavra. Mas serviu para termos um dia delicioso de praia.
Tendo, até aqui, elogiado tanto Natal e a região, sinto-me obrigada a dizer que a infraestrutura deixa muito a desejar. Sabe aquele esquema de um pseudo-restaurante grudado no outro, com um monte de mesas e barracas na frente? Isso mesmo. Todo mundo amontoado. Garçons correndo de um lado para o outro. Com a mesma atenção e simpatia que já comentei, mas, ainda assim... deixa muito a desejar.
Não vimos uma lata de lixo sequer. Então, tudo que sobra acaba espalhado pela areia. E haja lata de refri, garrafa de água, sabugo de milho, e tudo mais que a gente consome na praia. Os garçons não se preocupam em recolher o que sobrou do que consumimos. Para ser justa, vi um dos chefes deles chamando a atenção para recolherem tudo, mas eles não obedeceram muito, não.
A praia de G J enipabu é deliciosa. E linda. Fiquei um tempão dentro da água conversando com o Marcos. Fura uma onda, conversa, fura outra, leva um caldo, porque não prestou atenção na onda e sim na conversa. Valeu a pena. Do lado direito da praia ficam dunas onde os pobres dos dromedários carregam turistas nas costas. Eu tenho uma pena desses bichos! Exilados de sua pátria, vivem como escravos a carregar gente de um lado para outro. Coisa mais sem graça, tanto para eles quanto para os que os "cavalgam"...
Depois de mar, sol a valer, camarão e peixe, fomos visitar as lagoas. Aqui, precário é pouco. Acessos em estradas de terra, nada de banheiros, nem de pseudo-restaurantes. Só umas mesas e cadeiras e uns caras abanando a mão para mandar a gente estacionar. Eu precisava de um banheiro. Para ontem. E tinha que entrar na lagoa. Amo mar e piscina, mas detesto lagoa e rio. E a dita é abarrotada de girinos! Oh, my! A outra opção era daqueles banheiros químicos. Preferi os girinos. E saí o mais rápido possível.
Depois de tantas aventuras bucólicas, resolvemos voltar. Cristina e Joel ainda foram com as crianças a outra lagoa, para o esquibunda, mas a população do nosso carro já estava com saudade da zona urbana. E voltamos logo. Sonhando com um MacDonald's, afinal, já estamos comendo comida boa há tempo demais. E encontramos o dito. Nada como um bom McChicken para trazer a gente de volta à civilização.
Espero que J G enipabu receba uma injeção de profissionalismo para a gente poder se esbaldar mais naquele semi-paraíso.
Estamos aqui desde o dia 12. Sol de torrar todos os dias. Como diz a Cristina, brincando, claro, já estou irritada com esse sol de Natal (e região). Há duas noites, choveu praticamente a noite toda. Acordei às 8:30, certa de que haveria chuva e eu ficaria dormindo com o barulhinho dela na janela. Abri um pedacinho da cortina e foi como se alguém tivesse me dado um empurrão para trás. O sol brilhava tanto que ao fechar a cortina fiquei vendo tudo verde na minha frente. Tive que rir. Uma pessoa na praia querendo chuva. Isso é ou não o sonho de todos os apaixonados por sol e mar? Só não é perfeito porque meu maridinho não veio...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

GENTE ARRETADA!!!!!

Viemos a Natal pela primeira vez em 2003. Eu e Sérgio. Aproveitamos bastante. Comemos bem, ficamos em bons hotéis (por ser feriado de 7 de setembro, não havia lugar em um só, e por isso ficamos uns dias em um, e fomos para outro). Gostamos bastante.
Voltamos no ano passado, e eu estou repetindo a dose, infelizmente sem ele, este ano. A diferença que a cidade fez nesse período é notável. Ontem, quando contei de minha arriscada aventura até o aeroporto, comentei sobre a sinalização, sobre as ruas bem pavimentadas.
Hoje, quero elogiar as pessoas que trabalham com os turistas. Nunca estive em um lugar em que todos fossem tão amáveis com a gente. Parece que há algum tipo de treinamento. Desde que a gente chega ao aeroporto e pega o primeiro táxi, até a hora de ir embora, a gente só se depara com pessoas agradáveis, educadas, atenciosas e dedicadas.
Mais para o sul do país, os funcionários são competentes. No entanto, me desculpem eles, mas costumam ser distantes, meio profissionais demais. No Rio... bem, sou fã de carteirinha dos cariocas, de sua sabedoria de viver bem. Já peço perdão antecipado, mas não gostei, de jeito nenhum, do modo como fui tratada na Bahia. Não sei por que as pessoas enaltecem tanto Salvador. Na minha experiência, encontrei atendimento ruim, demora, falta de profissionalismo. Sei que no Brasil chega a ser heresia não gostar da Bahia. Mas não gosto. Não tenho vontade de voltar, a não ser para os resorts. Nada do que comentei se aplica ao Club Med de Itaparica. Mas, nos resorts, estamos fora do local propriamente dito, não temos contato com as pessoas do lugar. Há todo um treinamento específico e uma postura diferente exigidos dos funcionários.
De Sergipe para cima, a coisa já é do meu agrado. Amo os nordestinos. Eles tratam os turistas com carinho. Parece que já nascem entendendo a importância do turismo como fonte de renda. Talvez o Obama tenha um assessor nordestino que ensinou isso para ele nos últimos dias...
Em Maceió, Fortaleza, Porto de Galinhas, Recife, João Pessoa, enfim, em todas as cidades que conheço do nordeste, sempre fomos super bem tratados.
Mas aqui, em Natal, eles quase que atingiram a perfeição. Os funcionários do hotel se desdobram para atender nossos pedidos. O mesmo acontece nos restaurantes. Mas preciso destacar os motoristas de táxi. Eles são o máximo. Já pegamos inúmeros, tanto no ano passado, quanto neste. Conversam, contam coisas sobre a cidade, brincam. Ontem, o motorista se chamava Josias. Tipo físico bem característico do Rio Grande do Norte: baixinho, cabeça grande. E era feio a valer (isso não é característica de todos aqui, só dele). Eu falei que ele tinha nome de rei bíblico. Ele falou que sim, e eu perguntei se era cristão. Ele disse que não, porque homem bonito que nem ele não pode ser crente, porque tem muita mulher dando em cima dele e "não presta". Piadinha engraçada, dita com simpatia, a gente foi conversando e rindo até o restaurante.
Hoje foi o Otávio. Pedi para voltar do restaurante descendo até a beira do mar em Ponta Negra. Foi, com a maior boa vontade, conversando com o papai, que sempre vai na frente. Aliás, é o ponto alto a atenção e o cuidado que têm com o papai. Esperam com a maior paciência enquanto ele entra ou sai do carro, não demonstram qualquer irritação por ter que carregar andador ou cadeira de rodas. Muitos comentam que esperam chegar na idade do papai com a mesma disposição que ele tem.
Na frente de nosso hotel, a praia não é muito boa, como de resto, por toda a Via Costeira. Mar bravo, ondas muito altas. A gente fica nas piscinas do hotel. Mas as crianças queriam ir à praia e desci com elas. Logo chegou um rapaz que fica por lá, vendendo água de coco, água mineral, cerveja, refri, etc. Logo se apresentou: é o Railson. Perguntei se ele alugava cadeira. Disse que não, mas que a amiga dele estava em uma cadeira e ele ia me emprestar. Apesar de meus protestos, foi lá, e falou:
- Levanta daí, que vou emprestar a cadeira para aquela mulher.
A coitada levantou, sorriu para mim, abanou a mão e sentou no chão. E eu fiquei com a cadeira. Tomei duas garrafinhas de água mineral. E fiquei amiga do Railson. Vê se não é para gostar de uma gente assim!!!!
Acho que alguém chegou e falou para os habitantes de Natal:
- Vou ensinar vocês a serem os melhores acolhedores de turistas do mundo.
E eles aprenderam a lição. Pode vir aqui experimentar, aposto que você, como eu, vai amar!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

QUEM DIRIA!!!!!!!!!

Alice chegou hoje. Veio sozinha! Tia Cláudia com a incumbência de buscar no aeroporto. Era surpresa para Fefê. Todo mundo sabia, menos a pequenininha. O voo da Alice estava marcado para chegar 14:15.
Muito adulta, já que meu marido não está aqui, aluguei um carro!!! Quem diria! O preço do táxi ida e volta dá a diária do carro. Então, lá fui eu. Logo cedo, peguei meu GPS do celular, coloquei o nome do hotel e o aeroporto. Me ofereceu duas rotas. Muito entendida, escolhi a que passa por Ponta Negra.
Saí do hotel com o Marcos por volta de 1 da tarde, escondidos, para Fefê não desconfiar da surpresa. Mas surpresa tive eu. O trânsito que pegamos foi super tranquilo. Não precisei do GPS por dois motivos: o primeiro é que sabia o caminho (KKK), mas tinha olhado por insegurança - afinal, o Sérgio sempre está por perto para dirigir para mim, eu nunca tenho que tomar essas decisões. O segundo é que a cidade é muito bem sinalizada. Um ou dois buracos apenas pelo caminho, bem melhor do que Brasília nesta época do ano. Asfalto bom, ruas e avenidas largas, sinais luminosos funcionando direitinho, faixas pintadinhas de novo nas pistas. As placas são bem grandes, em locais de destaque, várias antes dos lugares em que temos que entrar.
Palmas para a administração da cidade! Palmas para tia Cláudia, que só errou a entrada do estacionamento do aeroporto porque, afinal, ninguém é perfeito.
Alice chegou como sempre é: animada, cheia de histórias e casos. Uma mulher no avião brigou com ela, disse que estava fazendo bagunça. Essa mulher que me aguarde, a fúria de tia Cláudia é insaciável.
Ao chegarmos no hotel, que, aliás, é muito bom, viemos direto ao quarto para ela trocar a roupa. Depois, para o restaurante, onde todos nos esperavam. A Fefê viu a Alice de longe e gritou:
- A Alice!!!!!!! A Alice está aqui! Que surpresa agradável!
Tudo muito agradável. Ainda bem que meu carro é muito melhor do que o que eu aluguei, mas ele quebrou um galhão. Ainda bem que podemos aproveitar esta cidade gostosa, mas ainda bem que minha casinha está me esperando em Brasília. Muito agradável!!!!
E parabéns para mim, que tive coragem de dirigir numa cidade desconhecida, sem outro adulto do meu lado! Acho que estou virando gente grande. Se quiser, pode se arriscar em Natal, não tive o mínimo problema.

sábado, 14 de janeiro de 2012

NATAL

Praia é tudo de bom. Na verdade, não sou afeiçoada à areia e ao mar salgado, mas sou apaixonada ao máximo grau pelo ambiente de verão, a descontração, por ficar sentada de frente para o mar, ouvindo e contemplando as ondas.
Eu e Sérgio viemos a Natal em 2003 e só voltamos em janeiro do ano passado. Ficamos impressionados com o desenvolvimento da cidade! Cresceu muito neste tempo, a atividade turística se profissionalizou muito.
Uma das coisas que mais me chamaram a atenção no ano passado, e que já se manifestou agora, é a atenção das pessoas que nos atendem. Funcionários dos hotéis, motoristas de táxi, segurança do shopping, atendentes nas lojas. Todos os contatos que tivemos com essas pessoas, no ano passado e nesses dois dias, têm sido muito agradáveis.
Os motoristas de táxi são um caso à parte. Conversam o tempo todo com o papai, que sempre vai no banco da frente, porque entrar atrás é mais difícil para ele. Dão a maior atenção, contam histórias, demonstram interesse em nós. Além disso, sabem dar informações sobre a cidade, a gente vê que são pessoas preparadas.
Isso é tão bom! Eu sonho tanto com um país em que todos sabem conversar, sabem opinar sobre os mais diferentes temas, têm, enfim, educação no sentido mais amplo! E gosto de ver que isso tem acontecido aqui em Natal.
Outra coisa deliciosa aqui é o clima. Na beira da praia, claro! Há sempre o vento vindo do mar, de modo que a gente não sente calor. Marcos está mais vermelho que sinal de trânsito, porque brinca o dia inteiro, sem sentir o sol fritando a pele "super morena" dele.
Ontem, primeiro dia, queríamos ir ao mercado. Natal tem um shopping excelente, o Midway, que tem um mercado Extra. Já conhecia um fast-food que serve camarão, então fui direto nele. Mas escolhi mal: camarão com um molho delicioso, tomate fresco e... bacon! Eu simplesmente não posso comer fritura! Resultado: dia de recolhimento. Não faz mal. Amanhã o sol me espera. Com a promessa da visita de Alceu e Piquitina, nossos amigos que estão aqui.
Este ano, Sérgio, em seu primeiro emprego, não pôde vir (buááá). Rodrigo, Clarice e Alice acabaram de informar que não virão (buáááá´). Mas a Flávia, que não vinha à praia conosco há muito tempo, está aqui (oba!!!!!!). Creio que vamos nos divertir bastante.
Com bacon e tudo mais.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

PISCINA DE NAVIO TEM FUNDO?

Essa dúvida existencial e profunda perseguiu minha tia Sarah, até o dia em que eu viajei de navio e informei a ela que tem fundo. Mas, de vez em quando, ela me pergunta se tem mesmo, se eu não a estou enganado.
Ela me pergunta se eu mergulhei para ver o fundo. Respondo que nem entrei, então ela responde que eu não posso ter certeza. Tia Sarah é Bótima!
O caso é que é gente demais para a piscina. Se não tivesse fundo, as pessoas ficariam pelo caminho. Sempre amei piscina, mas, depois que tenho a minha, adquiri certo nojo de piscinas públicas. E a do navio é mais do que pública. No dia em que ele não ancora, as pessoas passam praticamente o dia todo em volta dela.
Ali acontecem as atividades do grupo de animação. No Blue Dream, eles eram excelentes. Em determinados lugares, eu tenho vontade de afogar essa galera da animação. Eles não deixam a gente em paz, ficam insistindo com quem não quer participar. No Blue Dream eles eram simplesmente bons. A maior parte do pessoal participava das brincadeiras, sem eles ficarem insistindo no microfone, e até quem não entrava na farra se divertia apenas de olhar. Como eu e Sérgio não estávamos em turma, acabamos fazendo parte dos que só olhavam. Mas nos divertimos assim mesmo.
Um transatlântico continha vários mistérios para mim. Eu não podia imaginar como seria lá dentro. Em algumas horas, achava que me sentiria claustrofóbica, presa em um lugar de onde não poderia sair. Em outras, achava que me sentiria insegura, naquela coisa pequena no meio do marzão. Nem uma opção nem outra.
Parecia que eu estava em um shopping, e tinha meu quarto no shopping para descansar, tomar banho e trocar a roupa a qualquer momento que quisesse. Nada melhor. E curti o marzão o tempo todo - da piscina, da varanda e até da esteira na academia. Ê mundo velho sem porteira!!!!!
Minha cabine ficava no sétimo andar. Isso mesmo SÉTIMO. O lobby era no terceiro. A parte de lazer começava no décimo. Nem sei quantos elevadores. Mas eu e Sérgio preferíamos usar escada. Ele, para exercício. Eu, porque navio pequeno no meio do marzão e entrar no elevador era... forçar demais a barra!
Acredita que em uma semana com toda a comida deliciosa eu emagreci? Mas isso eu conto depois.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

UMA COISA TÃO BOA NÃO PODE CHAMAR "CRUZEIRO"

É. Não concordo. Pode chamar passeio ou viagem de navio. Ou, talvez, Atlético. Mas essa palavra impronunciável, jamais.
Preciso explicar: sou atleticana. De família. Acho que vem no DNA. Desconfio que nossas células possam ser pretas e brancas. Em Belo Horizonte, a rivalidade entre os dois times é imensa. Chamamos os torcedores do time azul de Marias, e, mais recentemente, de Smurfetes. Eles também têm nomes para nós, mas não nos importamos. Em família, esse time se chama o inominável, que nem o inimigo do Harry Potter. Aquele cujo nome não pronunciamos.
Brincadeiras à parte, a pessoa que inventou esse modelo atual de viagem de navio tinha minha pessoa em mente. Tem tudo a ver comigo. Absolutamente tudo.
Eu e Sérgio fizemos uma viagem de sete dias. Saímos de Santos, fomos até Porto Seguro e voltamos a Santos, no Blue Dream. (Será que o azul do nome do navio tinha alguma coisa ver com o inominável? Impossível. Era bom demais!!!!!)
Pensa em mordomia. No porto, a gente entrega as malas. Sabe onde elas aparecem, por milagre? Isso mesmo: na nossa cabine! Enquanto isso, a gente passeia pelos lugares maravilhosos do navio. Cada ambiente mais lindo do que o outro. O sistema era all-inclusive, ou seja, absolutamente tudo que a gente consumia dentro do navia estava pago. E tinha um drinque chamado Feliz Viagem que era o ó do borogodó. De frutas, azul, fraquinho. Diliça das diliças. Eu,o Sérgio, dois livros, duas espreguiçadeiras à beira da piscina e a moça perguntando se eu queria outro Feliz Viagem. Quis vários.
A cabine tinha sofá e varanda. Era linda, em tons de azul e amarelo. O banheiro, pêssego. Toalhas felpudas, metais dourados. Tudo muito bonito, de bom gosto. Não era apertado como eu imaginava e tinha ouvido falar. Nossas roupas couberam no armário, as malas também. Eu não quis descer em nenhuma parada. Só desci em Porto Seguro, porque não conhecia, e em Búzios, já à tarde.
A cabine era arrumada duas vezes por dia. No restaurante, a mesma garçonete nos atendia toda noite, e sabia o tipo de comida de que cada pessoa gostava, o tipo de vinho e de sobremesa. Uma gênia!
Bem, tudo isso vem à tona porque na próxima sexta-feira, lá vamos nós rumo a mais um Atlético! E este será especial: grande parte da família, muitos amigos, em um Encontro de Casais. São 250 pessoas!!!!! Com  certeza vai ser muito gostoso. Estou ansiosa. Mordomia e gente animada, uma combinação que só pode dar certo, muito certo!
Biblioteca. Nem ia achar ruim ter uma assim aqui em casa.

Lobby

O comandante gostou mais do Sérgio do que de mim!!!!!!!!!

Lojinhas inviáveis: tudo custa seis milhões de dólares!!!!!! Mas é bom olhar.

Nossa garçonete

"Lan-house". Todo dia, e-mails básicos para os filhinhos.

Não falei? Sofá e varanda.



Nossos companheiros de jantar, todas as noites o mesmo casal. Batemos bons papos.

Em uma das noites, o Buffet Magnífico. Todas as comidas são assim: esculturas!

Sem fome nenhuma, mas TINHA que comer no Buffet Magnífico. KKK

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

BARRA VELHA INESQUECÍVEL

Foram muitas. Todos os anos. Janeiro. Uma passadinha em Curitiba, dois ou três dias, depois um monte de dias de férias em Barra Velha (Santa Catarina).
Conjunto Albina, era o nome do prédio. Até o nome era bom: o da tia Minó e da avó do papai. Nada com o nome da tia Minó pode ser menos do que maravilhoso.
O prédio tinha dois andares, 10 apartamentos. Sala compridona, junto com a cozinha. Um quarto grande, arejado, com uma camona gostosa. Varanda na sala e no quarto. O outro quarto era mínimo, sem ventilação: uma cama de casal e uma beliche. Um banheiro razoável. Nos fundos, área de serviço.
Poderia pegar minhas fotos e contar quantas férias passamos lá, mas não tenho tempo agora. Começou quando Serginho tinha 2 meses (isso mesmo - DOIS meses) e foi até ele ter uns 16 ou 17 anos.
Da varanda, a gente via o mar. Em noite de lua cheia, vovó, invariavelmente, ia até lá e gritava para nós:
- Gente, olha que beleza o marrrrrrrrrrrrrrrr!!!!!!
Aí, a gente descia com ela e ia até o banquinho que ficava perto da praia. Conversávamos até cansar e voltávamos para nosso ninho.
No início, eu e Sérgio não podíamos pagar nosso próprio apartamento, então ficava todo mundo em um só: papai, mamãe, vovó, Cristina, Clarice, Henrique, alguma namorada do Henrique, eu, Sérgio, Serginho. Nos fins de semana, tia Celina e Ildefonso. Aliás, a tarde de sexta-feira era dedicada a esperar a chegada deles. Depois, Flávia e Daniela também (estrearam aos quatro meses).  Era uma festa. Além disso, nossos amigos e parentes tinham toda a liberdade de chegar e ficar o tempo que quisesse. Uma vez, o Waldo dormiu na varanda, porque não tinha lugar para pôr mais colchão dentro da "mansão".
Nós passeávamos o tempo todo. De manhã, praia. Depois, mamãe fazia o almoço. O resto do serviço era por escala, muito bem planejada e colada na porta da geladeira amarela. Dois para arrumarem a cozinha, um para limpar a casa e outro para lavar o banheiro. Acabado o serviço, uma sonequinha e... pé na estrada. Blumenau, Camboriú, Piçarras, São Francisco do Sul, Pomerode, Jaraguá do Sul, Brusque, nada escapava à nossa fúria turística. Bastava ter uma feira e lá íamos nós.
Os carros ainda não tinham ar condicionado, a BR 101 ainda não era duplicada. Mas nós éramos animados o suficiente para sair de Barra Velha e viajar 40km até Itajaí para tomar sorvete no abacaxi ou comer pizza. Vovó e os bebês junto. Lembro de uma vez em que já era mais de 1 da manhã e Flávia e Daniela, com 2 anos, estavam animadíssimas junto com a vovó, que já estava perto dos 90, comendo pizza em Itajaí.
A BR era tão movimentada, eu morria de medo das viagens, mas enfrentava pelo prazer dos passeios. Vovó comentava:
- Não entendo por que os que estavam lá têm que vir para cá e os que estão aqui têm que ir para lá. Por que a gente não fica cada um no seu lugar?
Brincadeira, claro, porque ela sempre foi uma das primeiras a pular no carro quando o negócio era explorar o estado de Santa Catarina.
Descobrimos preciosidades, principalmente gastronômicas: pizza na pedra em Itajaí, Alírio (frutos do mar na praia de Penha), o café colonial do Hotel Glória em Blumenau, a Macarronada Italiana em Camboriú, o eisbein do Froshin em Blumenau, rodízio de camarão em Floripa (no tempo em que ninguém conhecia isso). Também comprávamos malha, telas para bordar em Blumenau, enfeites de casa nas lojinhas à beira da estrada.
Houve aventuras divertidíssimas. Papai gostava de pescar (bem, pelo menos de pegar a vara e ir jogar no mar). Certo verão, ele pegou uns peixes e acabou famoso na metrópole toda! Teve o verão em que o filho do comandante (vizinho) resolveu fazer ginástica olímpica no quintal. As meninas cansaram de assistir, mas o máximo que ele fez foi colocar pozinho branco na mão. O dia em que o cachorro invadiu o condomínio e o proprietário brigou feio com o dono do dito animal.
Os salva-vidas eram um caso à parte. A gente tinha apelido para todos. Muito politicamente incorretos. Um que tinha um defeito na coluna era o Tortinho. Salvou o Joel de um afogamento com água na altura do joelho. Um dia, Tortinho se machucou. Papai levou para o hospital e, daí em diante, como ficou amigo dele, passou a chamá-lo de Torto, com muito respeito. Tinha o Ted - Terror das empregadas domésticas - porque era bonitinho e fazia sucesso.
Certa vez os homens foram pescar. Não só os da nossa família, vários dos hóspedes. As mulheres passaram o dia pensando nos peixes que teriam que limpar. Chegaram buzinando, fazendo o maior estardalhaço. Todo mundo correu para ver o que eles tinham trazido. Fizeram o maior alarde, abriram o porta-malas cheio de... limão. Nem um peixe sequer.
No primeiro ano em que pudemos alugar nosso próprio apartamento e fomos promovidos para o quarto da frente, eu e Sérgio nem acreditávamos de tanta alegria. Aí foi bom, porque mais gente podia aparecer.
Barra Velha tinha muito pouco a oferecer naquele tempo. Tinha o Tabuleiro, uma loja boa, aonde a gente ia todos os dias em que não pegava estrada. Vovó amava. Acho que nunca comprei nada lá, mas visitei infinitas vezes. Tinha o caldo de cana no centro. Outra paixão da vovó.
E os vendedores que apareciam na porta do apartamento, com aquelas comidas boas dos alemães e frutas deliciosas. A gente comprava de tudo. Não esqueço de um dia em que eu, Sérgio e Cristina comemos uma melancia inteira ao voltar da praia.
Tinha a bocha na casa do dono do condomínio, seu Vitor. Papai e Sérgio frequentavam assiduamente. Henrique não tinha a menor paciência. As crianças jogavam bete na rua, havia um lugar para jogar vôlei.
O mar era dos mais bravos que já vi. Não sei como a gente tinha coragem, mas entrava e ficava lá um tempão. O único que quase se afogou foi o Joel. Mamãe, que tinha medo, preferia passar as pedras que havia no final da praia e ir ao "centro", como chamávamos, onde era mais calmo. Ela, tia Celina e Ildefonso passaram o maior sufoco no mar calmo, quase se afogaram. Preferiram continuar no nosso doidão mesmo.
Nessas pedras ficava o cantinho da bisa. Vovó caminhava até lá e sentava nas pedras para sentir o mar batendo. Um de meus maiores prazeres, até hoje, foram aqueles momentos em que fiquei ali absorvendo a sabedoria dela. Que saudade imensa!
Um caso gastronômico à parte era o Paulo Lanches. Há cerca de três ou quatro anos passamos por lá, e ainda existia. Caso você vá a Barra Velha, não deixe de comer um X-Tudo no Paulo Lanches. Confesso que nunca comi. Não dá nem para morder aquilo, de tanta coisa que o Paulo coloca lá dentro. A lanchonete ficava bem na nossa esquina, e Serginho contribuiu muito para a prosperidade do Paulo.
As férias em Barra Velha eram simples, com passeios sem guias, nada de pacotes. Em setembro, seu Vítor começava a ligar para saber quando iríamos. Nossas coisas ficavam guardadas lá: filtro, material de pesca do papai, cadeiras e barracas de praia, até brinquedos das crianças. A gente pegava o carro, passava uns dias em Curitiba e o resto das férias em nossa segunda casa.
Esse tempo nos uniu, nos construiu, nos ensinou a nos divertirmos conosco mesmo, entre nós. Todos os outros eram bem-vindos também, mas o centro era o nosso núcleo familiar.
Hoje eu não gosto mais de ficar em casa alugada. Prefiro hotel, muito mais fácil. Gosto do conforto de ir de avião, aprecio praias melhores, conheço lugares com muito mais, digamos assim, glamour, do que Barra Velha. No entanto, quando penso nas melhores férias de minha vida, sempre me lembro daquele quartinho abafado em que nos espremíamos. É, quanta saudade!!!!! Na verdade, o ser humano precisa de muito pouco para ser feliz, o problema é que acabamos complicando a vida.
Viva Barra Velha!!!!!!!!!!!!